sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Carta-convite Ivanov


Fortaleza, 29 de dezembro de 2010

Prezados grupos de teatro Artejucá (Arneiroz), Oficarte (Russas), Ninho (Juazeiro do Norte) e Parque de Teatro (Aquiraz). Nós, o grupo Teatro Máquina, de Fortaleza, tivemos o projeto de montagem de nosso novo espetáculo – Ivanov ‐ aprovado pelo edital da Eletrobrás, lançado no começo de 2010. Nesse projeto prevemos trocas estéticas, intercâmbios criativos e processos colaborativos com grupos de nosso interior. Acreditamos muito na riqueza dessas trocas e viemos, através desta carta‐convite, formalizar o desejo de podermos ter momentos de encontro em 2011, nesse primeiro semestre. Nesses dias que estaremos juntos pretendemos poder estabelecer com vocês um encontro compartilhado de nosso processo com Ivanov, iniciado em setembro deste ano de 2010. Algumas das atividades que pretendemos realizar são:

‐ Leitura de trechos do texto e demonstração de alguns exercícios utilizados no processo;
‐ Workshops com temas importantes para o espetáculo;
‐ Apresentação dos workshops e discussão;
‐ Ensaio de uma cena escolhida sob orientação do Teatro Máquina;
‐ Ensaio aberto de uma ou mais cenas/atos de Ivanov (com livre acesso para a comunidade das cidades visitadas);
‐ Realização de debates abertos ao publico, ao final dos ensaios abertos;
‐ Registro e publicação no blog do grupo da experiência do intercambio.

Dessa forma, acreditamos poder compartilhar com vocês o que estamos criando e assim aproximar nosso fazer dos fazeres de vocês, construindo juntos um espaço de troca e colaboração. Estamos abertos também para pensarmos esses encontros em outro formato, para que possamos nos adequar melhor às necessidades dos grupos e aos seus desejos de troca. Já estamos alimentando um blog com a rotina de ensaio, criação e produção do processo Ivanov. O acesso a esse material é importante para podermos estabelecer um diálogo mais profundo, quando de nosso encontro. O texto‐base, já com as alterações provenientes dos ensaios e dos tratamentos dramatúrgicos e de intertextualidade, será enviado em breve, assim que estiver mais bem definido. Prevemos para março de 2011 os primeiros encontros. Cada grupo será contactado com antecedência para ajustes de datas e horários. Esperando fazer desse desejo de troca um encontro realmente produtivo e fortalecedor do nosso teatro, nos despedimos com um abraço cordial e votos de um 2011 cheio de realizações teatrais!

Teatro Máquina

O blog com o processo Ivanov esta hospedado em www.diarioivanov.wordpress.com
O nosso site é www.teatromaquina.com

TEATRO MÁQUINA
CNPJ: 10.292.616/0001-37
Rua João Lobo Filho, 62. Fátima.
CEP 60055-360 Fortaleza-CE
85-3472.2131 | 85-8658.0246
www.teatromaquina.com

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Todo Teatro é Político



No dia 28 de dezembro de 2010, no Teatro Raquel de Queiroz em Crato, representantes de grupos de teatro da região do Cariri reuniram-se com Herê Aquino, diretora do grupo Expressões Humanas e militante do "Movimento Todo Teatro é Político"

Na reunião, discutiram sobre a importância de um movimento para dar inicio a criação de uma cooperativa de teatro. Durante as discussões, decidiram organizar uma reunião com mais representantes da região, no dia 15 de janeiro de 2010 no Raquel de Queiroz as 15:00hs. E assim eleger uma comissão representativa para participar em Fortaleza nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2010, o I Congresso Cearense de Teatro, que consistirá em organizar a criação de uma cooperativa de teatro cearense, e bem como, levantar propostas e sugestões para serem levadas em audiência ao novo secretário de cultura do Ceará, Prof. Pinheiro, no dia 21 de fevereiro de 2010.


O Movimento Todo Teatro é Político, trata-se de uma contundente mobilização da classe teatral do Ceará em favor de um novo teatro para a nossa realidade. Teatro mais atuante, mais visível, transformador de sua paisagem social, implicado, por isso mesmo, em transformações de políticas públicas e privadas que lhe digam respeito. Parece-nos claro, afinal, que o artista é igualmente um homem público, lidando com outros níveis interesses sociais de ordem simbólica e afetiva , do mesmo modo indispensáveis ao aprimoramento da vida humana. Em defesa de uma maior presença do teatro na nossa realidade o Movimento Todo Teatro é Político defende como eixo de suas propostas: A valorização do teatro de grupo e de pesquisa, Políticas públicas específicas para o teatro, popularização e acessibilidade para o teatro e a criação da lei de fomento ao teatro cearense.

Precisamos estar juntos nessa!!!


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E o teatro do Interior?

JORNALISTA DESPREZA A ARTE E OS ARTISTAS DO INTERIOR DO ESTADO

Olá, amigos!

Acabei de ler uma reportagem numa página assinada por Magela Lima intitulada "Ceará de tantas e tantas cenas"* (O Povo, edição de 24.12.2010). Achei-a pobre e descabida. Uma análise de quintal, para divulgação de poucos amigos, com todo o respeito, típica de quem não se dá ao trabalho de considerar o que se realiza em outras regiões do Ceará. O leitor desavisado jamais saberá que existem o Cariri/Centro Sul, o Sertão Central, Sobral/Ibiapaba etc.

Pois saibam todos, inclusive o Sr. Magela Lima, que existe uma profícua e diversificada produção de teatro e dança no Cariri cearense e em outras localidades. Uma matéria num jornal de circulação nacional da estirpe do O POVO não poderia ser tão estreita e apequenadora das artes e dos artistas do interior do estado. Pecaram, o jornal e o repórter, pela falta de pesquisa.

As "tantas e tantas cenas" do Ceará não se resumem aos amigos de Fortaleza. Estendam a visão ao conjunto do estado e verão um mundo bem maior e mais belo que o desenhado no medíocre e infeliz "balanço" do jornalista Magela.

Ainda há tempo de desfazer o equívoco. Dou uma dica: só no Cariri, organizando-se em cooperativa, temos mais de 20 companhias de teatro e dança em plena e farta produtividade. Muitas delas com 5, 10, 20, 25 anos de atividade. Quase todas com elenco profissional e funcionamento permanente, fundado em pesquisa.

Um forte abraço!!!

Cacá Araújo
Crato-CARIRI-Ceará-BRASIL
Ator e Diretor de Teatro
Registro Profissional na DRT-CE nº 0764
Matrícula no SATED nº 0759
Tel.: (88) 8801.0897

* Matéria publicada no dia 24 no O POVO http://digital.opovo.com.br/default.aspx?lT=page&pID=6

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Carta de Zé Celso

PELOS DIREITOS HUMANOS DE ELAINE CESAR, SEU FILHO E O TEATRO OFICINA

14/12/2010

AS DIONIZÍACAS DE 17 a 20 noTEATRO DE ESTÁDIO do ex-ESTACIONAMENTO do BAÚ daFELICIDADE serão dedicadas à luta pelos DIREITOS HUMANOS DEELAINE CESAR E À LIBERDADE ARTÍSTICA VIOLADA PELA VARA DE FAMÍLIA DE SÃO PAULO São 06:16. Acordei, apesar de estar exausto por excesso de trabalho pelos trabalhos de realizar meu maior desejo em 30 anos, de apresentar a partir de 6ª feira as DIONIZÍACAS no Teatro de Estádio que levantamos no Ex-Estacionamento do Baú da Felicidade mas não consigo dormir porque não estou mais suportando aENORME INJUSTIÇA que aSOCIEDADE BRASILEIRA está cometendo com ELAINE CESAR, que neste momento está na UTI, correndo risco de vida. Este caso não é diferente do de Sakineh no Irã, do de Lu Xiaobo na China e de Assange na Inglaterra. Vim pro computador porque até agora não conseguí fazer chegar nossas vozes de defesa aos DIREITOS HUMANOS desta Mãe Artista, Diretora de Video do Teatro Oficina Uzyna Uzona, que na semana passada, perdeu em duas jogadas: 1º, a guarda de seu filho THEO, de 3 anos de idade. 2º, seus instrumentos de trabalho confiscados, seus HD’s, que também são do Oficina, com todo material gravado de pelo menos 30 anos de Oficina Uzyna Uzona, e de outros trabalhos seus, e de artistas como Tadeu Jungle. É um atentado à liberdade de produção artística, um sequestro só comparável à invasão do CCC em 1968 a “Roda Viva”. E agora esta mulher está incapacitada de estar à frente do trabalho que adora, de comandar a direção de Video e das filmagens das Dionizíacas esta semana, e tem de ver a sociedade, a Mídia sempre tão escandalosa, impassível com este fato. Porque tudo isso ? Porque um ex-marido ciumento, totalmente perturbado, teve acolhidos por autoridades da Vara da Família, para esta praticar uma ação absolutamente anti-democrática, para não dizer nazista, todos seus pedidos mais absurdos de ex-marido ególatra, doente, de arrancar o filho do convívio da Mãe, acusando Elaine de trabalhar num “Teatro Pornográfico” e para lá levar o filho: o Teatro Oficina. Fez oficiais de justiça sequestrarem os HD’s deste Teatro, com um texto de uma obscenidade rara, para procurar cenas de pedofilia e práticas obscenas que Elaine e seu atual marido, o ator Fred Stefen, do Teatro Oficina, teriam cometido com o filho de Elaine, o menino Theo. Quase todas as 90 pessoas que trabalham na Associação Oficina Uzyna Uzona têm se manifestado por escrito, pois tiveram contato permanente com Theo, Elaine e Fred dentro do teatro e fora dele e não se conformam com a falta de eco de seus protestos. Porque tudo isso ? A revolução cultural da liberdade que uma grande parte dos seres humanos vem conquistando determina uma reação absolutamente inquisitorial, fascista, como é o caso dos homofóbicos da Av. Paulista e no caso, não do Estado Brasileiro, mas da própria Sociedade Reacionária incorformada, querendo novamente impor censura à Arte, aos costumes, e pior à vida dos que escolheram viver livremente o Amor. E é incrível aqui, a liberdade de imprensa tão fervorosa em escândalos moralistas, se cala totalmente diante de um atentado a dois seres humanos, Elaine, a Mãe, e Theo seu filho, e a um teatro de 52 anos como o Oficina, e não toca no assunto, como se fosse o Partido Comunista Chinês, os Republicanos dos EEUU e os fundamentalistas islâmicos do Irã. Tenho feito inúmeras reportagens sobre as DIONIZÍACAS, e falado no assunto, mas a divisão ainda tayloriana de trabalho impede que os jornalistas levem a sério o que estou dizendo, por não estar no limite das matérias que estão fazendo comigo. Enquanto isso uma mulher, ELAINE CESAR, praticamente corre risco de vida na UTI e o Teatro Oficina censurado estreia as DIONIZÍACAS tendo por exemplo de fazer sua propaganda para a TV com material ainda filmadas no edifício do Teatro Oficina, pois as imagens do Teatro de Estádio erguido pelo Brasil em 2010 estão sequestradas pela Vara da Família. O moralismo desta instiuição, que parece odiar os Artistas como criminosos, dá proteção a um macho ciumento, invejoso, doente, mordido de ciúmes, que está tendo delírios sexuais, projetando em ações discricionárias como as que tem praticado, e pior com apoio da injustiça. Fazendo um ensaio corrido deBACANTES, que conta a história de Dionisios e da luta de seu adversário moralista, que quer impedir o culto do Teatro em sua cidade, percebi o óbvio. Tudo que Penteu acusa nasBACANTES e em DIONISIOS é projeção de coisas que seu ciúme provocou em sua cabeça. Elaine, muito tempo depois que se separou deste ex-marido, teve o privilégio de encontrar um novo amor no ator Fred, que é homem muito bonito e muito livre. O macho, ex-Hare Krishna, ciumento, invejoso, então endoidou e começou a imaginar em sua cabeça cenas de pedofilia, sexo de Elaine e de seu novo maravilhoso amor com seu filho, repressão ao TEATRO OFICINA. Elementar, Freud diria. Os desejos de pedofilia, até de pederastia em relação ao atual marido de Elaine estão nele. Por isso o menino de 3 anos Theo, corre perigo nas mãos deste irreponsável. Uma tia procuradora aposentada, de Brasília, rica, e um deputado devem estar auxiliando o rapaz com seus contatos reacionários aqui na Vara de Família. Nem sei os nomes das pessoas porque os autos não estão na minha mão. Elaine não tem pai nem mãe, estão mortos. Fred está sem dormir há dias, agora preocupado acima de tudo com a sobrevivência de Elaine. Segunda feira havia uma audiência com o Juiz de família, para copiarmos o absurdo de mais de 400 horas de vídeo dos HD’s. Nenhum de nós nem pôde aparecer, pois estávamos preocupados com a vida de Elaine, hospitalizada na UTI. Fred doi buscá-la no aereoporto, onde voltava de Brasília, para onde tinha ido ver o filho, sob a vigilância de uma babá contratada pela tia. Na despedida Theo o menino chorava, querendo voltar para os braços da mãe em São Paulo, segundo relato de Elaine, que do aeroporto, passando muito mal, teve de ser hospitalizada, e em estado grave o hospital resolveu colocá-la na UTI. Não sei o que fazer para acordar a mídia, esta Justiça Injusta que, querendo defender a Família, destreoi a vida de uma Mãe, de uma Criança e atormenta todo nosso trabalho maravilhoso neste momento vitorioso do Oficina Uzyna Uzona. Este “taylorismo”, (divisão de trabalho e competências do século 19) da vida contemporânea, esta insensibilidade aos direitos humanos que me é revelada agora neste momento, me faz dedicar as DIONIZÍACAS á todos que lutaram em 30 anos por este momento, mas sobretudo a ELAINE CESAR E THEO. Que esse filho volte imediatamente para os braços da MÃE antes que aconteça o PIOR. E que o material apreendido retorne imediatamente ao Oficina Uzyna Uzona. É uma Obra de Arte sequestrada em nome de uma atitude mesquinha provocada pelo Ciúme de um Ególatra, de uma Justiça cega e de uma Sociedade, Mídia, conivente como a de São Paulo. Por favor acordem os trabalhadores da difusão do que acontece de bom e de mau no Mundo e revelem isso a todos. Peço a todos, seja quem for, que façam esse favor de amor aos direitos humanos e batam seus tambores.

Me dirijo especialmente a Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire. Médica, Professora da UFRJ, Nilcéa ocupa o Ministério há quase 8 anos. Tem feito um excelente trabalho. O endereço da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República é: Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Edifício Sede, 2º andar – Brasília/DF. CEP: 70047-900. Fones: (61) 2104 – 9377 e 2104 – 9381. Faxes: (61) 2104 – 9362 e2104 – 0355. A OTAVIO FRIAS, na FOLHA, aos diretores do ESTADÃO, do GLOBO, das TV’S, Rádios, que apurem os fatos. Nós estamos envolvidos nos trabalhos de estrear dia 17 as DIONIZÍACAS, um marco na história do TEATRO MUNDIAL, e nos sentimos impotentes diante da gravidade do assunto, de uma VIDA HUMANA CORRENDO O RISCO, POR SEUS SENTIMENTOS DE DIREITOS HUMANOS TEREM SIDO AGREDIDOS. Colaborem conosco, estamos sobrecarregados dos trabalhos das DIONIZÍACAS, mas não podemos parar pois é a ARTE somente que temos para dar Vida a Elaine nestes dias.

José Celso Martinez Corrêa 14 de dezembro de 2010, 07:40

MERDA

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sessão Dupla - 1ª Etapa - Sumé / Monteiro PB



"Sessão Dupla" passou por duas cidades do Cariri Paraíbano; Sumé e Monteiro, foi muito bom começar esse projeto por lá, uma região que possui muitas semelhanças com a nossa, não só o nome... O Cariri paraibano está localizado no sul do estado da Paraíba e é formado por 29 cidades, dentre as quais, destacam-se Sumé, Monteiro, Taperoá, Serra Branca e Cabaceiras, abrigando uma população de mais 160 mil pessoas. Seu clima é tipicamente semi-árido, caracterizado pela baixa ocorrência de chuvas. Apesar das adversidades, o Cariri possui belezas naturais diversas em forma de vales, serras, plantas e animais, que devem ser preservadas. Suas cidades também possuem um belo patrimônio arquitetônico e histórico.


Em Sumé fomos acolhidos pelo SECAS Semana de Cultura e Arte de Sumé, onde participamos da programação do festival com os nossos espetáculos. Obrigado ao SECAS pela acolhida, pelo convívio, pela ajuda. O SECAS é um daqueles festivais que faz gosto de ver e participar, comandado por jovens com vontade de movimentar a arte, enfrentam os obstáculos que aparecem inventados por aqueles que não entendem ou não querem entender, mas no fim tudo se torna prazeroso e compensador. Saímos com vontade de adotar um calango ou um urubu. Valeu SECAS!!!!


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Projeto Sessão Dupla do Grupo Ninho de Teatro




Com patrocínio do BNDES, do Banco do Nordeste do Brasil e do Governo Federal o Grupo Ninho de Teatro está circulando com dois espetáculos de seu repertório "Avental Todo Sujo de Ovo" e "Charivari", por oito cidades que compõem o Cariri Nordestino, passando por Sumé, Monteiro, Sousa e Cajazeiras na Paraíba. Exú e Salgueiro em Pernambuco e Caririaçu e Brejo Santos no Ceará. Essa circulação deve-se ao Edital BNB de Cultura 2010.

Em breve postaremos mais imagens das sessões em cada cidade!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

100 Anos doTJA


O grupo Niho teve a honra de participar das comemoraões do centenário do Teatro José de Alencar, fizemos uma apresentação de "Avental todo sujo de ovo" na sala de teatro Nadir Papi Soya, fomos super bem recebidos pelo públic e por todos que fazem oTJA.

Valeu!!!!

domingo, 23 de maio de 2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

TV Paraíba


Durante nossa temporda em Sousa o jornal, JPB 1ª Edição, fez uma matéria sobre o esetáculo confiram:

http://jpb1.paraiba.tv.br/index.php?ev=1&d=2010-04-23

Vida de Cão em Sousa


Apresentamos Avental Todo Sujo de Ovo em Sousa-Pb, nos dias 22, 23 e 24 de abril, no CCBNB.

Sousa é uma cidade de calor forte, localizada no alto sertão paraíbano, é impressionante os casarões antigos, a história dos dinossauros, o sabor da água de cocô. Mas o que mais nos chamou a atenção em Sosa, foi a quantidade de cachorro dormindo em pleno centro comercial, eram milhares aproveitndo a sobra e o ventinho...

espreguiça, late, procura comida e dorme.
Oh... vida besta meu deus!!!

Bem que queriamos ter uma vida de cão dessas

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SEMINÁRIO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA LGBT



Nos dias 15 e 16 de Abril o Grupo Ninho de Teatro estará participando da programação do Seminário de Direitos Humanos e Cidadania LGBT que acontecerá no Teatro SESC Patativa do Assaré em Juazeiro do Norte.

Os espetáculos "Avental todo sujo de ovo" se apresentará no dia 15 (qui) as 17h. (GRÁTIS) e "Bárbaro" no dia 16 (sex) as 17h. (GRÁTIS). Ambos no Teatro SESC Patativa do Assaré.


Contamos com a sua partipação!

Grupo Ninho de Teatro

Evoé!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Terça-feira Gorda

Terça-feira gorda, conto de Caio Fernando Abreu, narrado em primeira pessoa, põe em destaque a voz de um personagem masculino que vivencia uma experiência erótica com um homem. Ao relatar sua própria história, o personagem carrega de subjetividade o texto, acentuando o impacto de, ao mesmo tempo, sentir um grande prazer, resultado de seu envolvimento afetivo e sexual, e assistir a uma condenação social, representada pela ação dos “outros” que agridem os dois e repreendem a sua relação.
A atração sexual entre dois homens se dá num baile de carnaval. Curiosamente, o carnaval é uma festa pagã, onde por tradição o desregramento é a tônica da festa. No entanto, é durante o baile de carnaval que começam as primeiras manifestações de intolerância e agressão.
O texto é carregado de subjetividade. O prazer da atração e do envolvimento afetivo e sexual é confrontado com a repressão a uma relação que ousa ser diferente, quebrando os rígidos costumes, ditados por valores de moral e ética. Mais uma vez, o diálogo não consegue se estabelecer. A relação “anormal” é punida com violência.
A cena de envolvimento entre os personagens é relatada logo no início do conto, quando é sugerido um “reconhecimento” entre os dois futuros amantes:
De repente ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim. Me olhava nos olhos quase sorrindo, uma ruga tensa entre as sobrancelhas, pedindo confirmação. Confirmei, quase sorrindo também, a boca gosmenta de tanta cerveja morna, vodca com coca-cola, uísque nacional, gostos que eu nem identificava mais, passando de mão em mão dentro dos copos de plástico. (1995: 50)
A identificação entre os personagens se dá tanto no plano do prazer quanto no do sexual. Como já visto, ambos vivenciam uma relação homoerótica em meio a uma festa de carnaval:
Na minha frente, ficamos nos olhando. Eu também dançava agora, acompanhando o movimento dele. Assim: quadris, coxas, pés, onda que desce, olhar para baixo, voltando pela cintura até os ombros, onda que sobe, então sacudir os cabelos molhados, levantar a cabeça e encarar sorrindo. (...) Eu queria aquele corpo de homem sambando suado bonito ali na minha frente. Quero você, ele disse. Eu disse quero você também. (1995: 51)
A postura dos personagens permite reconhecer que não há nenhum tipo de preconceito quanto a envolvimentos entre pessoas do mesmo sexo, o que nos direciona a pensar numa total liberdade de opção sexual. Esta liberdade é melhor apreendida nesta passagem do conto:
Tínhamos pêlos, os dois. Os pêlos molhados se misturavam. Ele estendeu a mão aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O quê, perguntei. Você é gostoso, ele disse. E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também. Eu estendi a mão aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O quê, perguntou. Você é gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem também. (1995: 51)
Se, por um lado, a postura dos personagens desestabiliza qualquer tipo de pensamento conservador, por outro lado, o comportamento dos “outros” manifesta uma tentativa de impor regras de conduta baseadas na oposição binária homem/mulher como padrão legítimo de relação sexual. Esses outros, cujas vozes aparecem embutidas na fala do próprio narrador, representam uma voz social da estrutura de macro-poder, já que é dela que partem as regras. O fragmento a seguir ilustra o “olhar” desses que julgam e condenam:
“Passou a mão pela minha barriga. Passei a mão pela barriga dele. Apertou, apertamos. As nossas carnes duras tinham pêlos na superfície e músculos sob as peles morenas de sol. Ai-ai, alguém falou em falsete, olha as loucas, e foi embora. Em volta, olhavam.” (1995: 51)
As vozes que, irônicas e maldosas, manifestam indignação e preconceito revelam também uma incapacidade de aceitar uma ruptura com códigos repressivos e conservadores, fazendo com que numa festa onde o “desregramento” é a tônica maior, como no carnaval, a postura de liberdade e ousadia, própria da cultura carnavalesca, seja abolida. Esse rompimento com tudo o que, à primeira vista, é permitido no carnaval leva à constatação de um paradoxo de nossa sociedade, uma vez que aceita um desregramento nas festas e condena atitudes de liberdade, no caso a sexual. O carnaval, neste conto, alegoriza a própria tessitura de violência sombria mesclada a explosões circunstanciais de euforia e aparente desregramento que caracterizam um modo de ser ‘alegre’, irresponsável e brutal.
O lado avesso da sociedade é reconhecido pela ironia de a repressão acontecer justamente no carnaval. O carnaval torna-se, no conto, signo de uma ironia amarga: a intolerância tropical manifesta-se nele e, mais, por meio dele. Repressiva e dissimulada, a sociedade que celebra o Momo é a mesma que, ambivalente com a identificação de limites, reage violentamente quando, por alguma razão, os limites tornam-se claros. A representação da repressão sexual no carnaval torna a narrativa ainda mais crítica porque questiona o conservantismo social e também uma liberdade previamente garantida nas festas populares do Carnaval. O fragmento a seguir ilustra tal característica do conto, ao propor a inversão de máscaras:
Veados, a gente ouviu, recebendo na cara o vento frio do mar. A música era só um tumtumtum de pés e tambores batendo. Eu olhei para cima e mostrei olha lá as Plêiades, só o que eu sabia ver, que nem raquete de tênis suspensa no céu. Você vai pegar um resfriado, ele falou com a mão no meu ombro. Foi então que percebi que não usávamos máscara. Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não sentíamos dor, mas aquela emoção daquela hora ali sobre nós, eu nem sei se era alegria, também não usava máscara. Então pensei devagar que era proibido ou perigoso não usar máscara, ainda mais no carnaval. (1995: 52)
A imposição de regras de comportamento implica também a exclusão do ser diferente ou do ser que não se adecua às normas. No conto, um dos personagens é espancado e morto pelos ”outros”, por aqueles que não toleram a relação homoerótica. O narrador descreve da seguinte forma o espancamento:
Quis tomá-lo pela mão, protegê-lo com meu corpo, mas sem querer estava sozinho e nu correndo pela areia molhada, os outros todos em volta, muito próximos. Fechando os olhos então, como um filme contra as pálpebras, eu consegui ver três imagens se sobrepondo. Primeiro o corpo suado dele, sambando, vindo em minha direção. Depois as Plêiades, feito uma raquete de tênis suspensa no céu lá em cima. E finalmente a queda lenta de um figo muito maduro, até esborrachar-se contra o chão em mil pedaços sangrentos. (1995: 53).
A representação da morte através da metáfora da fruta que se despedaça no chão conduz ao desnudamento de uma “política da sexualidade” contrária às relações homoeróticas. A morte do personagem impossibilita a transcendência e assegura uma finitude provocada pela agressão violenta de um grupo de pessoas. O final trágico do relacionamento entre os dois homens deixa transparecer uma visão negativa da percepção da sociedade sobre as sexualidades excêntricas, acentuando um sentimento de desconforto e isolamento daqueles que sofrem a repressão. Há possibilidade ou garantia de liberdade sexual? O conto mostra que não e, por isso, percebemos uma perspectiva melancólica na narrativa. Uma leitura do conto indica que há motivos para se projetar uma tristeza, só que neste caso não são motivos de crise existencial, mas razões de cunho moral, social, ideológico.
A imagem do corpo morto na areia também sugere falta de humanidade. Separado de seu companheiro e esmagado por “os outros todos que estavam em volta”, o suplício enfrentado pelo personagem ultrapassa os limites da tolerância. O conto sugere uma inversão do construção ideológica que associa uma das festas mais populares à liberdade em suas múltiplas formas. A opção por representar a repressão sexual no carnaval é também significativa para a percepção do teor melancólico do conto. O conto de Caio Fernando Abreu situa a percepção sobre a moralidade burquesa, que considera intolerável a adoção de papéis sexuais contrários ao padrão dominante imposto.
Considerando a conjuntura sócio-histórica brasileira, é possível reconhecer na mensagem sombria do conto um outro indício de melancolia, que agora aparece em decorrência de uma experiência problematizada pelo próprio protagonista do texto. A narrativa de Caio Fernando Abreu pinta uma morte sofrida, mas o faz de maneira a reavaliar a vida.
Fonte: Luana Teixeira Porto, UFSM

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Caranavalização

Ouvimos muito esse termo "carnavalização" durante o processo de montagem de Charivari. Já que estamos em época de carnaval, e o carnaval tem sua origem na expressão latina "carne-vale" que significa "adeus à carne", expressão que se consolidou com a instituição da Quaresma, 40 dias de penitência e de jejum criado pela Igreja Católica na Idade Média. A relação do carnaval com a Igreja Católica é evidente, visto que, sem a Quaresma não haveria carnaval, já que este significa os três dias precedentes à quarta-feira de cinzas, que são dedicados à liberdade, diversões e folias. (FERREIRA, 1989) Durante a Idade Média, o carnaval se populariza tomando diferentes formatos que vão influenciar os carnavais que conhecemos hoje. Em sua origem, os costumes das brincadeiras estavam associados às festas pagãs, para afugentar os espíritos dos mortos que rondavam naquele período do ano. A luta que se trava entre o carnaval e a Quaresma é bastante visível, principalmente representada pela fartura e escassez, sobre esse aspecto Ferreira (2004, p.32-33) destaca que:

... por volta do século XII, ouviremos falar, pela primeira vez, de uma curiosa batalha que colocaria em campos opostos dois lutadores incansáveis de um lado o gordo e bonachão Senhor Carnaval e do outro a magra e triste Dona Quaresma. Estes dois personagens, representados em peças teatrais, contos e poemas humorísticos, se enfrentariam ano após ano, durante séculos, marcando a luta entre a fartura e a escassez característica do período do adeus à carne. Sua disputa era um verdadeiro símbolo do significado associado às festas do carne vale que começavam a se organizar na Idade Média.


Percebe-se que o carnaval é cheio de símbolos e significados, esta característica permeará toda sua história, principalmente no que diz respeito aos exageros, tolerados nos dias de festa em contraposição ao jejum da Quaresma. No carnaval é evidente que os símbolos são enaltecidos, Burke (1989, p.210) afirma que: "Havia três temas principais no Carnaval, reais e simbólicos: comida, sexoe violência". A comida devido à carne que compõe a palavra carnaval; o sexo, pois é a "carnalidade", representa o prazer sexual; e a violência era evidente porque era permitido o insulto a quem quer que seja, provocando alguns excessos, comuns até os dias atuais no carnaval brasileiro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

falei com Mano sobre os ingressos, ele disse q ñ precisa trocar era so trzer o restante para ser vendido na bilheteria.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Lourdes Ramalho

A dramaturga paraibana Lourdes Ramalho, nos recebeu em sua casa, para um delicioso almoço, quando o grupo Ninho de Teatro esteve por Campina Grande no Festival Palco Giratório, com Charivari, peça de sua autoria e dirigida por Duílio Cunha. Jânio e Rita bancaram uma de tietes... Mas quem não se rende a energia boa que ela passa, se rende quando prova sua comia. Nunca mais esqueceremos o queijo derretido com mel e a cachacinha. ai ai ai!

A autora possuí um site, onde podemos conhecer mais, sobre sua produção dramatúrgica:

http://www.lourdesramalho.com.br/



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Marcos Barbosa

Dois ou três dias depois, a mesma sala vazia, com a mesa já posta para o jantar de Antero, por mais que ainda não seja nem cinco da tarde. Passado algum tempo, entra Moacir, com muita cautela, carregando consigo uma mala grande e uma maleta pequena. O menino de quase vinte anos atrás agora é uma mulher e se as intervenções feitas em seu corpo (especialmente nos seios, nos lábios e nas maçãs do rosto) não fossem de qualidade tão absurdamente fajuta, talvez tivesse se tornado uma mulher bonita. Moacir olha em volta e constata que a casa não mudou praticamente nada nas quase duas décadas em que esteve fora. Ele examina o teto, o piso, os móveis, os objetos e, em dado momento, por descuido, acaba por fazer algum ruído, que Alzira ouve lá do quarto.

Essa é uma das rubricas de Avental Todo Sujo de Ovo. Mesmo não seguindo a risca, elas nos foram preciosas no trabalho de criação.



O texto é do cearense Marcos Barbosa, Dramaturgo e Professor de Dramaturgia e Teoria do Teatro na Escola de Teatro da UFBA. Marcos mantém um site na internet, lá está disponível para Download seus textos e podemos conhecer a trajetória dele como dramaturgo.

http://www.marcosbarbosa.com.br/mb/index.html

sábado, 6 de fevereiro de 2010




eu vim ao mundo.

eu passei a ser. eu fui gerado. eu surgi. eu fui crescendo. eu fui parido. eu fui registrado no livro dos nascimentos. eu fiquei maior.

eu me movi. eu movi partes do meu corpo. eu movi meu corpo. eu me movi no mesmo lugar. eu movi do lugar. eu me movi de um ponto para outro. eu tive de me mover. eu fui capaz de me mover.

eu movi minha boca. eu cheguei aos meus sentidos. eu me fiz perceptível. eu gritei. eu falei. eu ouvi ruídos eu distingui diferentes ruídos. eu produzi ruídos. eu produzi sons. eu produzi tons. eu fui capaz de produzir tons, ruídos e sons. eu fui capaz de falar, eu fui capaz de gritar. eu fui capaz de ficar em silêncio.

eu vi. eu revi o que já haviavisto. eu me tornei consiênte. eu reconheci o que havia visto antes. eu reconheci o que havia reconhecido antes. eu percebi. eu re-percebi o que havia percebido antes. eu me tornei consciente. eu reconheci o que havia percebido antes

[...]

P.Handke, "self-Accusation"